Foto: Pricila Loretti
No dia 28 de abril, a equipe do CDI tentou chegar a Angra dos Reis para o encontro com os índios guaranis. Contudo, nossa primeira tentativa foi frustrada, porque a Kombi do CDI enguiçou num posto de gasolina em Santa Cruz.
Somente no dia 06 de maio, fiz minha primeira incursão cultural na aldeia Sapukai. A missionária Eunice, que trabalha há muitos anos com os Guaranis e contribuiu com a demarcação das terras indígenas da Aldeia Sapukai (2.127 ha) se revelou uma excelente anfitrã e me revelou muitas histórias de contato e convivência com povos indigenas.
Impressionou-me, particularmente, o número de crianças. Meninos e meninas de diferentes idades correndo por todos os lados, pareciam rios de alegria.
Fomos recebidos por um lindo coral de meninas guaranis. Os garotos Dércio, Cláudio tocavam violão, violino. As mulheres também vieram expor seu artesanato. Cestas, chocalhos, pulseiras, esculturas de bichos da floresta muito coloridos foram exibidos pelas mulheres. Depois os meninos apresentaram o "Xondaro".
Reservados, homens e mulheres indígenas comunicavam-se entre eles, e pouco ou nada com nossa equipe. Limitam-se a responder nossas perguntas, mas adoram revelar seus talentos. E acreditem, eles tem muitos. Meninos e meninas só aprendem português quando completam 10 anos de idade, antes disso só tupi-guarani.
Percebi logo de cara, o interesse geral na aldeia pela produção audiovisual. Adoram tirar fotos e ser fotografados. Assim, estabelecemos nosso primeiro contato através da linguagem
imagética. Lucas, por exemplo, me mostrou um registro fotográfico de quase todos os habitantes da aldeia Sapukai.
Aprendi que os guaranis da aldeia Sapukai dividem-se entre 2 familias - os Silvas e os Benites -, e que realizam casamentos endogâmicos. Na verdade, todos na aldeia são parentes. A população conta com 360 habitantes.
Conheci o cacique, o Seu João, que tem 95 anos. Ele é bem comunicativo, destacando-se da maior parte da comunidade indígena da aldeia Sapukai, que é muito calada com os juruás (os não índios, o estangeiro). Apenas Seu João e um índio que estava bebado comunicaram-se de forma mais extrovertida.
Deixei de presente para eles um registro da minha primeira impressão da cultura deles - fotos e vídeos. Trabalhamos por 4 horas na capacitação do uso das ferramentas de edição de som e imagem. Deste encontro foram produzimos quatro videos com fotografias e músicas guaranis. A turma de 4 alunos, que deverão multiplicar seus conhecimentos, notei que eles tem muita facilidade em lidar com ferramentas audiovisuais, haja vista o interesse em revelar para si próprios e para o outro os aspectos culturais do modo de ser Guarani.
Pricila Loretti
Gestora de Comunicação e Cultura
CDI-RJ
segunda-feira, 25 de maio de 2009
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Um comentário:
Grande Pricila, muito bom ver o seu relato, torço muito por esse projeto.
boa sorte!
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